Ansiedade: Meditação Mindfulness ou Remédios? Descubra as Alternativas!

Meditação Mindfulness ou Remédios

Ansiedade: Meditação Mindfulness ou Remédios? Descubra as Alternativas!

Estudo mostra que o tratamento baseado em mindfulness atua na redução dos sintomas da ansiedade da mesma forma que o antidepressivo Escitalopram.

O estresse é uma resposta normal do nosso corpo diante de situações desafiadoras, como uma prova importante ou uma entrevista de emprego. No entanto, quando esse estresse se torna constante e intenso, pode indicar um problema de saúde que afeta negativamente nossa qualidade de vida e bem-estar. O transtorno de ansiedade, de forma simplificada, é uma condição em que uma pessoa se sente excessivamente preocupada, tensa ou nervosa, mesmo em situações cotidianas. Esse estado constante de estresse impacta o dia a dia da pessoa, tornando difícil a realização de atividades simples, como ir ao trabalho ou à faculdade.

Infelizmente, o estresse e o transtorno de ansiedade são mais comuns do que imaginamos. Se você sofre com essa condição, saiba que não está sozinho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 3,6% da população mundial seja afetada por transtornos de ansiedade, sendo as mulheres as mais atingidas. No contexto do Brasil, os números são ainda mais preocupantes. Nosso país lidera o ranking, sendo a nação com a maior prevalência de ansiedade no mundo, com 9,3% da população afetada e mais de 18,6 milhões de casos diagnosticados.

Algumas pessoas acreditam que a ansiedade é algo que pode ser facilmente controlado ou que é apenas uma desculpa para evitar situações desagradáveis. Essa desinformação apenas aumenta a falta de suporte para aqueles que sofrem dessa condição. Na realidade, controlar a ansiedade é uma tarefa desafiadora que requer tratamentos prolongados e orientação de profissionais qualificados.

O tratamento para o transtorno de ansiedade varia de acordo com a intensidade de cada caso e a adaptação da pessoa a cada método. Alguns tratamentos envolvem o uso de medicamentos controlados, como o Escitalopram, que proporcionam alívio dos sintomas. No entanto, o uso desses medicamentos não é simples e requer ajustes na dosagem, que variam de acordo com o caso e a fase do tratamento. Além disso, algumas pessoas simplesmente não se adaptam ao uso de determinados medicamentos.

“Devido à dificuldade de adaptação ou para evitar os efeitos colaterais dos medicamentos, muitas pessoas optam por tratamentos alternativos, como a meditação, yoga e exercícios de respiração. Essas práticas auxiliam no controle dos pensamentos e emoções, promovendo uma sensação de calma e tranquilidade durante momentos de crise. Estudos recentes destacam a eficácia de intervenções baseadas em mindfulness na redução dos níveis de estresse. Essas intervenções ensinam as pessoas a se concentrarem no momento presente, a aceitarem seus pensamentos e emoções sem julgamento e a desenvolverem uma atitude de compaixão e bondade consigo mesmas.

Em 2022, um estudo comparando a efetividade de um tratamento contra a ansiedade baseado em mindfulness com o uso de Escitalopram foi publicado na JAMA Psychiatry, uma renomada revista científica de psiquiatria. O objetivo desse estudo foi testar a não inferioridade do tratamento baseado em mindfulness em relação ao uso do medicamento. Ou seja, o estudo buscou verificar se o tratamento com mindfulness tem um efeito que não é inferior e que se equipara, no mínimo, ao uso do remédio.

No estudo, 208 adultos diagnosticados com transtorno de ansiedade foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo praticou mindfulness todos os dias durante 45 minutos, utilizando diversas técnicas de meditação, incluindo a consciência da respiração, o escaneamento corporal e o movimento consciente, que enfatizam a atenção plena em diferentes partes do corpo. Já o segundo grupo recebeu uma dose diária de 10mg de escitalopram na primeira semana, e posteriormente, a dose foi aumentada para 20mg.

Após oito semanas, constatou-se que o tratamento baseado em mindfulness não foi inferior ao Escitalopram na redução dos sintomas de ansiedade. A medida principal de resultado foi avaliar os níveis de ansiedade utilizando a Escala de Impressão Clínica Global de Gravidade (CGI-S). Foi estabelecida uma margem de não inferioridade de -0.495 pontos, o que significa que a diferença entre os dois grupos deveria ser menor do que esse valor para que o tratamento baseado em mindfulness fosse considerado não inferior ao uso do Escitalopram.

Ao analisar os resultados, os pesquisadores observaram que a diferença média entre os grupos foi de apenas 0.07 pontos. Como essa diferença estava abaixo da margem de não inferioridade estabelecida, concluiu-se que o tratamento baseado em mindfulness não é inferior ao uso do Escitalopram no tratamento do transtorno de ansiedade.

Esse resultado é uma ótima notícia para aqueles que buscam um tratamento não medicamentoso para a ansiedade ou que não conseguem lidar com os numerosos efeitos adversos associados ao uso de medicamentos. No entanto, é importante lembrar que o tratamento com mindfulness também requer dedicação diária e o uso de técnicas específicas para obter os efeitos desejados . Ambas as opções são eficientes e dependem da adaptação de cada pessoa ao tratamento. Esse estudo é mais uma evidência científica da eficácia do mindfulness como uma alternativa aos antidepressivos, e a tendência é que os profissionais de saúde recomendem cada vez mais esse tipo de intervenção para o tratamento do transtorno de ansiedade.

Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/2798510

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